sábado, 15 de setembro de 2012

O convite (ou apenas mais uma reflexão sobre o amor)


Manhã de sábado, despertador toca as 05h30min, eu meio sem acreditar que já era hora de levantar, sentei na cama, indignada de ter aceitado o tal convite de pedalar pela manhã... Podia ter inventado alguma desculpa... AFF, levanta logo! Corre para o banho, escolhe a roupa (leia – se: legging preta, top preto e regata branca), calça o tênis, prende o cabelo, passa um batom, um rímel. Toca o telefone, é ele...  “Bom dia, e aí, animada”?  Resposta: Bom dia... Animada?  Ôh... (com ironia) Ele: Relaxa, você vai gostar, estou indo aí te pegar!

Só foi o tempo de comer alguma coisa e retocar o batom que o celular tocou, saí e lá estava ele... alto, de shorts, camiseta branca, cabelo molhado, cheiroso, sorridente e com as duas bicicletas no carro, ele tinha arrumado! Não teria como escapar (risos). Me abraçou, me deu um beijo. É já tinha uns dias que não nos víamos, mais de uma semana.  Seguimos conversando sobre a semana, sobre o feriadão até chegarmos ao local. Estava feito!  

Começamos a nos alongar, ele lindamente empolgado, eu nem tanto, mas disfarçando bem... Seguimos na região de mata, bairro um pouco afastado, um lugar mais tranquilo. Seguimos, ele gentilmente pedalando mais devagar, talvez por não querer que aquilo terminasse em um infarto fulminante (risos), conversávamos amenidades, curtíamos o percurso...

Ok! Confesso... Estava curtindo sim, me tirou da minha zona de conforto, me convidou para participar de algo que ele gostava, achei bonitinho... Achei fofo o jeito que me corrigia nos alongamentos, o jeito que arrumou minha franja enquanto me ajudava com o capacete, as dicas de respiração, que não adiantavam muito pelo tanto que conversávamos...

Uma hora de percurso, estávamos de volta, cansados, suados, eu pensando se conseguiria andar nas próximas horas, mas com uma sensação boa. Ele com um ar descarado de: ‘Eu sabia que você ia gostar’. Uma pausa em padaria qualquer para um suco, mais um tempinho juntos, seguimos para casa. Ele: O que acha de fazermos alguma coisa mais tarde? Eu: Bem, uma massagem talvez? (risos). Um sorriso, um beijo e a resposta ao pé do ouvido. Entrou no carro e seguiu...

Entrei em casa, peguei uma garrafa de água gelada, sentei à mesa, liguei o notebook e comecei a pensar... A ordem é não se apegar, não fantasiar! Não sofrer...

Penso que, as decepções que sofremos deixam marcas profundas que às vezes é difícil acreditar nas pessoas. Vestimos uma armadura, nos blindamos. Passamos a fugir de qualquer tentativa de aproximação, pelo medo de nos decepcionar.

Não quero pensar muito, porque isso me assusta. Sei que conforme você avançar nas tentativas se aproximar, a minha reação será fugir. Eu vou te evitar, vou buscar mil defeitos em você, vou me afastar, tudo pensando em não sofrer! Por mais que eu esteja achando você deliciosamente encantador, eu vou querer ter certeza que é você! Vai entender...

Eu não sei muito bem o que vai acontecer, mas sei o que quero... Quero aquela sensação boa de um amor tranquilo, quero confiança, quero admiração, companheirismo, quero carinho, quero beijos inesperados, quero noites de amor, quero amanhecer acordada, quero dormir abraçada, quero sonhos compartilhados, quero alguém que me leve para conhecer o seu mundo, que me leve para pedalar no parque nas manhãs de sábado, quero alguém que me tire do meu estado de conforto, que revire meu mundo, mas que não fuja, que seja parte dele. Talvez esse alguém não seja você! Talvez esse seja SÓ mais um pensamento de fuga... Não sei! A ordem agora é: Não pensar tanto, é viver um tanto... É tirar essa armadura. É fazer com que as dores do passado não atinjam, não assombrem, não sufoquem o presente. 




A ordem é: Se Permitir...

2 comentários:

  1. Intimidade! É o que faz com que tenhamos a certeza de quem é a pessoa que ficará ao nosso lado. A convivência é que faz isso. São as coisas pequenas que denunciam a sinceridade do outro. Nem todos são iguais. O que aconteceu antes não necessariamente se repetirá...

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  2. Dificil se permitir, apesar de saber que é o minimo que precisamos... se abrir para o novo, para o incerto, realmente sair da zona de conforto e melhor ainda:ter o outro alguém ao nosso lado.. Parágrafo abaixo define em exato o que sempre pensei e o que estou vivendo..

    'Penso que, as decepções que sofremos deixam marcas profundas que às vezes é difícil acreditar nas pessoas. Vestimos uma armadura, nos blindamos. Passamos a fugir de qualquer tentativa de aproximação, pelo medo de nos decepcionar.'

    Parabéeensss Rita.. adoooreii

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