terça-feira, 23 de outubro de 2012

Sempre aprendendo


Tenho aprendido que grande parte daquilo em que juramos acreditar
pode ser somente crença alheia que a gente não passou a limpo.
Que pode haver algum conforto no acordo tácito da hipocrisia, mas ele não faz a vida cantar.
Que se não tivermos um olhar atento e generoso para os nossos sentimentos,
podemos passar uma jornada inteira sem entrar em contato com o que realmente nos importa.
Que aquilo que, de fato, nos importa, pode não importar a mais ninguém e isso não tem importância alguma.
Que enquanto não nos conhecermos pelo menos um pouquinho,
rabiscaremos cadernos e cadernos sem escrever coisa alguma que tenha significado para nós.
Tenho aprendido com o tempo que quando julgamos falamos mais de nós do que do outro.
Que a maledicência acontece quando o coração está com mau hálito.
Que o respeito é virtude das almas elegantes.
Que a empatia nasce do contato íntimo com as nuances da nossa própria humanidade.
Que entre o que o outro diz e o que ouvimos existem pontes ou abismos,
construídos ou cavados pela história que é dele e pela história que é nossa.
Que o egoísmo fala quando o medo abafa a voz do amor.
Que a carência se revela quando a autoestima está machucada.
Que a culpa é um veneno corrosivo que geralmente as pessoas não gostam de ingerir sozinhas.
Que a sala de aula é a experiência particular e intransferível de cada um.



(Ana Jácomo)

4 comentários:

  1. Amei ... Me identifiquei em várias partes...
    Quase que uma emoção sentida a cada parágrafo.
    Linda,sabe que sou sua fã né? Sem hipocrisia alguma.
    bjs~*

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    Respostas
    1. Sabia que quando li esse texto lembrei de você? Na hora, meio louco isso... Vc já está me convencendo disso, também admiro muito vc, cada dia mais!! Beijos, Sushizinha Linda! Adoro vc!

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  2. Olá Rita, amei seu blog... muito leve... Parabéns pela postagem... Sempre aprendemos na vida... Qualquer coisa, se poder da uma passadinha no meu cantinho... bj... http://intensevery.blogspot.com.br/

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  3. Sensibilidade... Acho que essa palavra reflete o que encontramos neste texto. Faz a gente pensar. De certa forma sabemos disso tudo. Está lá no fundo de nosso coração, mas a opressão e a tirania de nosso dia a dia vai encobrindo esses conceitos. Ler isso faz reviver em nós uma pouco da mais autêntica humanidade. Faz lembrar que não somos máquinas. Muito bom!!! Bjs

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